Conheçam o simbolismo profundo da abóbada celeste com esse post. Curiosos? Então me acompanhem!
Abóbada é, em arquitetura, a cobertura curvada de uma construção, estando ela presente, ao longo da história, em catedrais, mesquitas, batistérios e mausoléus.
A etimologia da palavra abóbada refere-se à expressão latina volvita, que significa revirado ou curvado. A raiz do verbo vem de volvere, isto é, rolar ou fazer girar.
O teto abobadado remete, simbolicamente, ao céu. Encontraremos nele ornamentos celestes, como o sol, a lua, as estrelas, constelações, nuvens, anjos e pássaros.
Na Abóbada Celeste dos templos maçônicos nos deparamos com os astros, todos visíveis do hemisfério norte. Cada um deles contém o seu respectivo significado místico, de acordo com as tradições da maçonaria.
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Abóbada Celeste: casamento entre céu e terra
Nessas construções, há um contraste entre as linhas retas da base e as linhas curvadas do alto, significando, em geral, a união entre a terra e o céu. Também é conhecido como hierogamia, a saber, um casamento sagrado.
Dessa forma, podemos afirmar que é uma explicação mítica para a origem de todas as coisas, a totalidade do cosmos, o mundo sensível e também as divindades.
Por exemplo, uma concepção poética comum, mas bastante instrutiva é a ideia do céu, o princípio masculino, fecundando com a chuva a terra, o princípio feminino.
Dessa maneira, o fundador da psicologia analítica, Carl Gustav Jung, compreendia aí um processo psíquico de junção de polos opostos, porém complementares, cruciais para a integração da psiquê.
Assim, é válido o entendimento de que entre os impérios do passado e os povos tradicionais a arquitetura estava imbuída de profundo simbolismo. Isso pode ser atestado na realidade concreta, desde suntuosas catedrais góticas medievais até uma singela oca de um povo indígena.
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Abóbada: o firmamento e a finitude humana
A abóbada celeste é o espaço do céu que se enxerga da terra, o firmamento sobre as nossas cabeças. Nele, homens de outrora observavam os astros percorrendo o céu, de tal modo que era possível medir a passagem do tempo, tempo esse responsável por atestar a nossa mortalidade.
Não havia arranha-céus, símbolos da vaidade humana, para tampar a visão do firmamento. À noite, o céu, salpicado de estrelas, pequeninos pontos luminosos, abre as janelas e cortinas para o universo mais vasto, demonstrando a sua imensidão perante nossa relevância ínfima.
Uma lição de humildade, certamente. Uma libertação de sofrimentos inúteis, como as mesquinharias de cada dia. Indubitavelmente, uma ampliação de nossa consciência e ressignificação do que é ser humano frente a realidade.
E então, o que acharam do post de hoje? Não esqueçam de comentar! Dúvidas, sugestões, críticas e elogios são bem-vindos e muito importantes para nós.
Abraços e até a próxima!
Imagem destacada no início do post: Photo by David Sigli on Unsplash
Referências:
Chevalier, Jean; Gheerbrant, Alain… [et al.]. Dicionário de símbolos: (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 28º ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.
https://www.brasilmacom.com.br/aboboda-celeste/
https://www.vivadecora.com.br/pro/abobada/
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