Nesse post você vai conhecar mais sobre o arquétipo do lobo, com símbolos para transformar a sua vida. Entretanto, alguns deles são luminosos e vibrantes, outros, perigosos e ameaçadores.
Ainda assim, se você não sabe o significado de símbolos e arquétipos, pode clicar aqui.
De qualquer modo, é a sua força física, a agilidade e também a sua beleza o que tornam o lobo um animal único e fascinante.
Dessa forma, não é para menos que ele dê as caras em várias mitologias, línguas e culturas. Nós encontramos o lobo nas mitologias gregas e romanas, nórdicas, nos povos da Sibéria, e até mesmo no distante Oriente, na China, Índia e Japão.
Conheça também o nosso post de estreia na plataforma Medium, em que reflito sobre o arquétipo poderosíssimo da serpente. Para saber mais, clique no botão mais abaixo:
Arquétipo do lobo: o simbolismo da loba
Você com certeza já deve ter ouvido falar naquela estória famosa de Rômulo e Remo, e a fundação da cidade de Roma, não é mesmo? Pois é, os irmãos gêmeos foram deixados à própria sorte ainda bebês.
Mas foi uma loba que cuidou dos pobrezinhos, impedindo que eles morressem de fome e de frio. Ela cuidou deles até que crescessem e se tornassem fortes, e pudessem assim se virarem sozinhos.
Em consequência disso, existe até uma escultura, muito conhecida, de uma loba amamentando dois bebês, chamada de Lupa Capitolina.
Portanto, podemos perceber que essa estória possui um simbolismo muito forte. E sabe por quê? Porque nos fala do ato de cuidar, dar carinho e proteção. Sim, nós estamos falando sobre maternidade.
Por isso, consideramos o arquétipo da loba poderosíssimo para as mamães – inclusive as de pet . 😉
Arquétipo do lobo: menino-lobo – criado entre as feras
Todavia, esse não é o único caso de crianças abandonadas que são criadas entre as feras. Pelo contrário, é um tema frequente nas lendas e mitos!
Porém, às vezes nós temos histórias impressionantes que aconteceram na vida real. Por exemplo, no século XIX, na Índia, encontraram um menino vivendo entre lobos.
Mais tarde ele ficou conhecido como Dina Sanichar. Alguns pesquisadores dizem que esse acontecimento pode ter inspirado Rudyard Kipling a escrever, em 1894, O Livro da Selva – a estória de Mogli, o menino lobo.
Por sua vez, esse livro sofreu várias adaptações para o cinema, como a clássica versão da Disney, em desenho. Mais recentemente a Netflix lançou outras versão, essa em live action.
Assim, não é maravilhoso notar como a sétima arte mantém vivo no inconsciente coletivo os símbolos de um passado de séculos e até milênios!? Sim, o passado está vivo em nós, meus queridos. É como se nós déssemos vida a ele. Na verdade, ele está mais presente do que nunca!
Mas depois dessa breve divagação, voltemos ao tema principal do post…
Arquétipo do lobo: o lobo atiça o elemento selvagem que há em nós
Entretanto, todos os exemplos citados acima nos levam a questões interessantes. Isto é, basicamente a ideia central é a seguinte: o símbolo e arquétipo do lobo representam também instintos mais primitivos.
Quer dizer, devemos pensar num elemento selvagem como o oposto de civilização. A saber, a mata como o contrário da aldeia, a natureza como o contrário da cultura.
Então, de um lado vivem os bichos, as plantas, as montanhas, oceanos e tudo o mais. E, de outro lado está o homem e tudo aquilo que ele produz, como prédios, big macs, poesias, iPhones, armas nucleares etc.
Não obstante, esse lado mais primitivo é ambivante, e por isso arriscado. Explico melhor! É uma caixinha de surpresas, que pode guardar tanto surpresas positivas quanto negativas.
No entanto, não se preocupe caso esteja um pouco confuso. Continue com a gente que tudo vai fazer mais sentido daqui a pouquinho!
Arquétipo do lobo: o lobo é inteligente e sociável
Ao observar o lobo na natureza, o homem passou a notar o seu comportamento admiravelmente inteligente. Isso fica evidente quando os lobos caçam em famílias, mais conhecidas por alcateias.
Uma estratégia de comunicação eficaz e um espírito de equipe forte são o segredo de uma caça bem sucedida.
Portanto, é um simbolismo de grande poder para o mundo do trabalho. Até porque, excesso de individualismo deixa os ambientes mais tóxicos.
Por isso, o lobo é essencial na medida em que nos convida a cultivarmos a nossa inteligência emocional e social. Isso alcança também nossas relações pessoais de maior intimidade. Ou seja, os nossos amigos, pais, filhos, parceiras e parceiros amorosos são os maiores beneficiados. Enfim, aquelas pessoas que mais amamos. Por que então não aceitar o convite? 😉
A hora do lobo
Outro dia eu estava lendo o excelente O Livro dos Símbolos (2012), da editora Taschen, e acabei esbarrando nessa passagem:
Os lobos são grandes predadores, estando no topo da cadeia alimentar. Assim, não é de se admirar que eles despertem calafrios. E esse pavor tem até nome: é a hora do lobo, o momento entre a meia noite e o nascer do sol, quando os lobos saem à caça.
Esse temor é um dos significados do arquétipo do lobo. A esse respeito, o cineasta sueco Ingmar Bergman dirigiu em 1968 o clássico A Hora do Lobo. Vale muito a pena assistir, meus caros leitores. O filme retrata os conflitos e as angústias da alma humana.
É o que o místico espanhol São João da Cruz chama de A Noite Escura da Alma.
A goela monstruosa do lobo devorador
Dessa maneira, finalmente chegamos aonde eu queria! Lembra quando falamos sobre as supresinhas negativas? Pois é, isso é o que o psiquiatra alemão Carl G. Jung chamou de lado sombra.
Como um espelho, o símbolo do lobo reflete o lado sombrio de nossa alma.
E esse é o poder dos arquétipos: mostrar a nós mesmos quem nós realmente somos. É um lado de nós que preferimos esconder, com medo do que os outros vão dizer.
Assim, quando eu comentei sobre instintos mais primitivos e sobre a natureza, eu estava falando sobre se (re)conectar com a sua própria essência. No entanto, isso é uma tarefa arriscada, como eu havia dito anteriormente, e repito mais uma vez…
Dessa forma, quando o lobo fareja a presa e saliva o alimento, ele mostra os seus dentes afiados, a sua goela monstruosa. É o simbolismo do devorador, como o lobo demoníaco que coloca em risco de vida os cordeiros – essa imagem do lobo e do cordeiro é significativa no cristianismo.
Contudo, também falamos que as surpresinhas podem ser positivas, não é mesmo?! Pois bem, então algo que era ruim pode se tornar algo bom. Mas como isso acontece?
Morte, renascimento e autoconhecimento
A goela do lobo tanto devora quanto vomita. Mas essa imagem é também um símbolo de iniciação, que conduz o iniciado a um processo de morte e renascimento.
Em outras palavras, é uma jornada íntima de autoconhecimento e transformação pessoal o que o arquétipo do lobo nos oferece. É uma jornada difícil, que exige preparo e coragem, mas que certamente vale a pena…
Imagem destacada no início desse post: (Photo by Andrew Ly on Unsplash)
Gostei do seu texto e de suas referências. Estou lendo “Mulheres que correm com os lobos” de Clarissa Pinkola Estés. Preciso nem dizer a imersão fantástica no arquétipo né? Além de um mergulho ainda mais profundo neste processo longo e valioso de morte e renascimento.
Vou assistir o filme do Bergman! Grata!
Olá, Marina! Fico feliz que tenha gostado! Minha intenção é suscitar reflexões de autoconhecimento nas pessoas! Desculpe pela demora em responder. Nas últimas semanas, devido a questões do dia a dia me mantive afastado. Tenho ouvido falar bastante do livro de Clarissa Pinkola, e está na minha lista de leituras. Seja muito bem-vinda ao símbolos e sonhos. Irei retomar os post, por isso, volte sempre que puder para ler e conhecer mais sobre arquétipos e sonhos. Agradeço pela leitura e pelo comentário! Abraços